MORRE A BORDO UM SOLDADO AFRICANO E para mudar de assunto Triste nova vos vou dar, Acontecida no barco Sem ninguem a esperar. Pois, no dia dezassete, Triste caso aconteceu: A bordo, um soldado indigena Siibitamente morreu. A morte desse infeliz, Que foi ja quase a noitinha, Causou pena aos seus colegas, E, alegria, ninguem tinha. 0 barco ficou de luto E o morto na enfermaria, Velado por camaradas Ate ao seguinte dia. De manha, num "gasolina", Ja depois de amortalhado, Do "Rovuma" para terra Foi o pobre transportado. E no mesmo dia a tarde, No cemiterio local, Bastante gente assistiu Ao seu triste funeral. Dormindo o seu sono eterno Na santa paz do Divino, La ficou, quem Deus nao quis Que chegasse ao seu destino. Ali ficou sepultado Esse soldado leal, Que vinha para Macau Servir tambem Portugal. Enfim!... Paz a sua alma, Para sempre, eternamente, E que Deus nos acompanhe Sem mais qualquer acidente. Que Deus agora nos leve Sem mais nada haver de mau, Por este mar tao sereno, A caminho de Macau. Timor lindo, aos nossos olhos, Como ja desapar'ceu, Eis senao uma linha de agua Confundida com o ceu. Ja melhor acomodados E com menos passageiros, Ca vamos nos, navegando, Muito a larga e mais ligeiros. Apenas so oito dias, (Segundo a nossa contagem), Nos falta para chegarmos Ao fim da nossa viagem. E agora que a noite desce Com o seu escuro manto, Dando as minhas "boas-noites", Aqui termino, portanto.
RkJQdWJsaXNoZXIy MTQ1NDU2Ng==