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Xeus filhos e xua espoisa Xdo chineses que eu ja bi, Mas contudo ha uma coisa Que eu inda nao prexebi! Porque, xem xer atrebi'lt), Que voxe nao e igual ? E tem o nariz comprido Como nos Pin Portugal ? ! . . E toda aquela gentinha Pegando-lhes pela mao, Perguntava, em voz baixinha, Se eram chineses ou nao. Me us filhos, por sua vez, Respondiam francamente: — Nenhum de nos e chines, Mas Portugueses somente. Vendo que 0 pobre saloio Me tomava por chines, Fiz ver ao grande maloio Que eu era bem portugues. —Meu pai, assim como vos, Nasceu ca em Portugal; E de Macau sotnos nos, Portugueses tal e qual. P'ra mais ficar a saber, Ali lhe disse eu ainda Que OS filhos mais a mulher Eram desta Macau linda. Resposta muito inocente, Mas que deixava encantada Essa curiosa gente, Afinal bastante dada. Fui p'ra ele tao modesto, Que encantado o bom maloio Nos meteu por fim no cesto Um lindo queijo saloio. Pois quer fosse da cidade, Quer fosse la da parvonia, Curiosos, na verdade, Eram bem, sem cerimonia. Meus filhos, sem me gabar, Ja por mim muito ensinados, Eram sempre, no falar, Humildes e dslicados. Respeitar sempre OS mais velhos, E a toda a gente em geral, Eram estes meus conselhos Cheios de amor paternal. E assim pelas ruas fora, Mirones e tagarelas, Magavam-me a toda a hora Com perguntas e olhadelas. E como nunca deixasse De lhos dar todos OS dias, Fez isso com que eu criasse Amizades, simpatias. Se os meus filhos, desviados Vinham dos pais estremosos, Logo eram rodeados Por bastantes curiosos. Levei muito trambolhao, Mas tambem sempre encontrei, Muito amigo e protecgao, Por onde andei e passei.

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