Agora dizem alguns, Como certo e ja assente, Que o "Rovuma" ja nao vai A Macau levar a gente. So ficando o barco ao largo Aonde nao SO, amigos, 0 desembarque e dificil Como corre grandes p'rigos. Em face da situagao Estar por ali tao ma, Afirma-se que de Hongkong, 0 barco nao passara. E eu creio bem que assim seja, Mao so por isto estar mau, Como inda por nao haver Porto de atraque em Macau. Razao esta porque julgo Nao haver duvida alguma, Sobre OS boatos que correm A bordo aqui do "Rovuma". Contudo, depois se ve; Ou duma, ou doutra maneira, Havemos de ir p'ra Macau Mesmo em "malas da carreira". Terminando aqui por hoje, Apenas tenho a dizer Ao leitor, que passe bem, Como 6 todo o meu prazer. CHEGADA A HONGKONG Ao prosseguir meu diario Hoje, Vinte e Seis de Junho, Conto que tenho a contar Mesmo num simples rascunho. Como estamos a chegar A cidade de Hongkong tao linda, Vou entreter o leitor, Contando-lhe mais ainda ... Vi muitas ilhas desertas, Recifes aqui, alem Casinhas, serras e montes, E outras coisas mais tambem. Vi muitos barcos a vela, Tancareiras a pescar; Vi barcos de guerra ao longe E avioes muitos no ar. Tudo isto vi sem ter Vontade sequer alguma, Para descrever OS p'rigos Por que passou o "Rovuma". Nestas zonas perigosas, Foi Deus que enfim, nos guiou; Deus Senhor, que sempre bom, Nunca nos desamparou.
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