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Em volta, montes vizinhos, Que, beijados pelo mar, Reflectem-se ali nas aguas A luz bela do luar. Todo o porto iluminado Espelha as aguas do mar, Brilham farolins ao longe Sempre a acender e a apagar. Completa o rico cenario 0 cais lindo a nossa frente, Onde as vagas tao baixinho Se quebram tao meigamente. Encantos estes enfim, Pouco vistos noutra parte, Dignos da pena ou pincel Dos grandes hornens da arte. Ate mesmo eu propriamente Tao pobre em arte e talento, Julgo sentir-me poeta Ante um tal encantamento ! Sentado aqui no conves. Vendo como tudo 6 belo, Eis-me assim calmo e vencido Pelo meu estro singelo. Pensativo e arrebatado, Enquanto a alma voeja, Nao ha sono que me chegue, Embora tarde ja seja. Nao e so a grande febre Da minha metromania, Que me tira assim o sono, Mas inda a minha alegria. Ver-me amanha em Macau, Sao agora as ansiedades Do meu pobre coracao, Que vem cheio de saudades. Mas meu corajao, sossega, Acalma-te por agora, E vamos dormir um pouco, Porque ja deu «uma hora'>. " E como a noite esta quente, Fico aqui no tombadilho, Aonde tambem ja dorme A sono solto, o meu filho. Feliz e lindo, ressona, Deitado sobre uma esteira, E eu tambem ao lado dele, Na minha larga cadeira. Portanto, deixando as musas, Aproveito o bom momento, Para descansar o corpo E tambem o pensamento. Vou assim fechando OS olhos A ver se o sono me vem, Por hoje, caros leitores, Passem todos muito bem.

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