o ULTIMO DIA NO "ROVUMA" Hoje, dia " Vinte e Sete " De Junho e tambem do ano "Mil Nove, Cinquenta e Um", Finda o meu trabaiho insano. Chego ao ultimo capi'tulo Do meu diario tao longo, Que inda vai ter por epilogo "A par te" com que o prolongo. Ou seja por "conclusao", Mais doze quadras no fim; E, agora, a nossa cbegada, Tao alegre para mim ! Hoje, logo de manha, Inda mal rompia o dia, Vi ja toda a gente a pe Em barulhenta alegria. Cada qual ja se aprontava, Para que, chegada a hora, A passagem para as " lanchas" Fosse feita sem demora. Todos a sua bagagem, Arrastavam ja entao Para fora dos beliohes, Para ficar mais a mao. Minhas malas e meus trastes, Tambem eu de afogadilho Pus ca fora, no conves, Com a ajuda do meu filho. Filho que ali por azar, Ou talvez por desmazelo, Ao deixar cair um saco Deslocou um tornozelo. Gritava o pobre com dores, Porque sofria bastante, Mas uns puxoes e massagens Logo o pos bom num instante. E, por fim, sendo ja horas, Fomos ao pequeno almogo, Ao qual bem nos atiramos Como qualquer cao a um osso. Sim, que a fome era ja muita; Traguei logo um bife inteiro, Bebi todo o meu cafe E dei cabo dum "casqueiro". E, assim, ja bem atestado, Nao perdi um instante so, Coloquei minha bagagem Mesmo ao pe do portalo. E entao ja todos sabiam Que o almogo era mais cedo, Mas quanto a nossa largada, Era isso inda um segredo. So na hora do almogo, Que foi cedo realmente, F que deram a saber A verdade a toda a gente. Logo que a gente almogasse, Todos, sam demorar mais, Passariam do " Rovum ", Com as malas para o cais. E depois esperariamos, Sem dali arredar pe, A nossa vez de embarcar Nos steam-boats, ou la o que e.
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