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—Nao bata assim 110 burrinho, Diz-me alguem la da janela: E logo um policiazinho Me agarrou pela lapela. Polfcia rude e trombudo Que em voz alta assim me ladra: —Vai ja voce, burro e tudo, Comigo ali para a Esquadra. Eu bem me quis desculpar, Contar-lhe a manha do burro, Mas tive que me calar, Porque o tipo era casmurro. Ambos, entao, com jeitinho, Agarramos para as costas Do meu manhoso burrinho, Nas cangalhas ja compostas. Quando as tinhamos ao alto, Quase postas na albarda, Foge o burro, dando um salto, lndo a carga aos pes do guarda. E foi tao grande a pancada Que a gemer de pe 110 ar, Nao deitou mais mao a nada, Tendo eu so que me arranjar. 0 burrinho aparelhado, La tive que o acompanhar, Eu bastante arreliado E ele sempre a manquejar. Mas ao virar duma esquina, Diz-me ele menos zangado: —Maldita a minha ma sina; Para o que estava eu guardado ! —Reparou nessa senhora Que estava ali a janela ? Faz parte da Protectora, Muita cautela com ela ! —Agora va la em paz, Porem, tome cuidadinho; Em vez de voltar p'ra tras, Siga por outro caminho. — Dou-lhe razao a voce. o burrinho p mariola. Se nao fosse ca porque, Da.va-lhe um tiro na tola. Na altura em que me aleijou, Deu-me vontade de faze-lo. Maldito que me deixou A rosea dum tornozelo. A resposta ao sell discurso, Deu-a o meu burro a zurrar. E ele, entao, pior que um urso, Depressa se pos a andar. Como igual me fui ligeiro, Dou o conto por completo, Ja que "o BURRO DO MONTEIRO" mais um livro em projecto. Por hoje ja viram bem Que o meu burrinho nascera Um desastrado, e tambem Amigo de fazer cera. Na maior velocidade, Bem depressa o despachei, Ate mesmo por metade Do dinheiro que o comprei.

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