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MINHA VIDA EM PORTUGAL Para ver se a coisa dava, Empreguei-me nam patrao; Onde para mim ganhava, Mas para OS meus e que nao. Cansado ja de sofrer E de passar sacrificios, Passei logo entao a ser Um homem dos sete ofi.ios. Eu engraxava, eu pescava, Eu fazia criacao, Eu a tudo me agarrava Para ganhar o men pao. Trabalhando noite e dia, Quase nunca descansava. E o dinheiro liao crescia; Mas, ao menos, ja chegava. Estranha, a minha mulher, A este viver tao mail, Comegou-me a convencer De voltar para Macau. Falou-me em frases tao ternas Que eu tomando o caso a serio, Segui no comboio das pernas Logo para o "Ministerio". Por muitas portas eiltrei, Por muitas portas sal, Quase careca fiquei Das toladas que bati. C'o meu pouco expediente Consegui o que queria. E depois, muito contente, Aguardei o feiiz dia, Muito custou a chegar, Mas como OS mais atrevidos, Nao me deixei embalar Sobre OS loiros ja colhidos. E eis que um dia, em Sacavem, Fiquei doido e ate zaranza, Quando aviso i s maos me vem Para embarcarmos no "Quanza". Dia de grande alegria. Ate para o festejar, Alidei na cojxifonia E fiz um lauto jantar. Nao quis saber mais da graixa, Tendo logo alguns herdeiros Que me ficaram c'o a caixa, Redes e camaroeiros. Ate mesmo dois chavecos Foram tambem no balao, Desfiz-me dalguns tarecoa E vendi a criagao. Prenarei as minhas malas E por nao ter quase chela. Do "Ministerio" busca-las Me veio uma caminheta. Metendo-me mais os meus Na caminheta tambem, La parti, dizendo adeus A todos de Sacavem. A tristeza e pena e pranto Que nos poe sempre um embargo, E eu para a nao sentir tanto, Pus meu coracao ao largo.

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