A comida era de graga, Gragas a mesma senhora, Que foi na nossa desgraga Sempre a nossa salvadora. Para nos depressa pede, Esta alma liobre e boa, Para comermos na sede La da FNAT, em Lisboa. Igualmente alojamento Nos achou ela tambem; Nao descansou um momento Enquanto nao nos viu bem. Alojados, afinal, Fomos da melhor maneira, La na Brigada Naval, Refeitorio da Junqueira. Um refeitorio excelente, Comodo, farto e abundante, Chamado por muita gente A Ca;a do Emigrante. Pelo seu bom trato e prego, P'ra ali vem a toda a hora Emigrantes de regresso E outros que vao, terra fora. As vezes chega a estar cheio Sem ter vago um so lugar, Quando grupos em passeio Ali se vem hospedar. Dali sai em caminhoes, E tambem em padiolas, A comida em caldeiroes Para todas as escolas. Refeitorio que tambem Fornece almogos diarios, A todos mais que ali vem, Na maior parte operarios. Bastante tempo olvidado, Mas sem nada me faltar, Aqui estive hospedado Sempre a espera de embarcar. E como passaram meses Sem haver qualquer mudanga, Cheguei eu, por muitas vezes, A perder toda a esperanga. Teso como um curapau, Sem cigarros p'ra fumar, Nao pensei mais em Macau ; Mas so em me governar. Laranjas boas, vendia, —Sao (dizia, p'ra as comprarem) De Setubal, da Baia; Sem nunca por la passarem. Por fim, VI que a engraxar Teria mais benefi'cio; Licenga logo tirar La fui eu para este oficio. Mas isso custou bastante, Porque Lisboa, hoje em dia, fi uma cidad'.; elegante Com muita engraixadoria. Para mais a embelezar, Tem uma Camara sua. Tenta agora ela acabar C'os engraixador's da rua.
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