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Quando a Hongkong chegou A brava gente do "Guia ', Toda a imprensa falou, Louvando tanta ousadia. Eu nunca imitei Camoes, Mas ae, entao, tivesse vindo, Ou riam-se OS tubaroes Ou o ineu poema era lindo. Quem era capaz de andar Por esses mares a SOS, Sem mais um barco a eseoltar, Numa casquinha de noz ? Assim por compensacao, Resta-me so a vanta.gem Da singela descricao Da minha longa viagem. Ninguem . . . So OS P o r t u g u e s e s , Valentes e denodados, Q u e d e i x a r a m OS i n g l e s e s De boca a b e r t a , p a s m a d o s ! No seu espanto profundo, Disseram que a lusa gente Voltava a andar pelo mundo A procura do Oriente. E para a memoria honrar Dos seus gloriosos avos, Corria tambem o mar Nurni casquinha de noz. Vou fa/e-la. Mas primeiro, Vo'temos ao mesmo ponto, Ate que haja, 110 estaleiro, Para mim um barco pronto. Depois de partir o "Guia", Continuei a esperar, Ate que la veio um dia Que foi certo eu embarcar. Sofrendo alguns desenganos E a engraxar na Junqueira, Assim pas-iei eu tres alios, 0 que nao foi brincadeira. Falaram com tanto interesse Nesta viagem arrojada. Que so falta, me parece, Um Camdes, p'ra ser cant.ula. De tanto, tauto esperar. Cheguei por fim a dizer: Que o barco para embarcar Inda se andava a fazer. REALIDADES!... O VAPOR VEIO Mas, leitor, sabendo fique Que o barco ja estava feito E esse foi o "Mogambique", Bonito, grande e perfeito A Lourengo Marques, vim Neste barco encantador; Viagem, que vou por fim Narrar agora ao leitor.

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