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Nela me senti poeta. Quando, pela vez primeira, Vi l'isonha e verdejante Esta Ilha da Madeira. 0 seu verde tao florido, Todo para Deus se alteia. De dia embeleza as aguas, Que, a noite, o luar prateia. Mar de murmurosas aguas Banhando-a com tal ternura, Torna, assim, mais majestosos Os seus montes de verdura. Mais abaixo, tao vistosa, A cidade do Funchal, Inveja, do estrangeiro, Orgulho de Portugal. Madeira, linda Madeira, Um encanto para mim, Por toda a parte cercada De belezas mil, sem fim. Ilha, sonho dos poetas, Parai'so dos pintores, Fada magica doirando A pena dos prosadores... Quem me dera, como eles, Madeira dos meus encantos, Empunhar a lira bela E erguer-te sublimes cantos. Mas mesmo em rimas singelas De passagem eu te aclamo: Ilha minha encantadora, Que eu tanto conhefo e amo. Aqui vivera liospedado, Como soldado, dez meses. Por ca passara tambem, Noutros tempos, varias vezes. Razao porque vou, agora, Correr a cidade inteira, Matar as minhas saudades, Pela Ilha da Madeira. Mas tenho umas horas so. Nao me posso demorar Neste solo encantador, Que eu torno agora a pisar. A entrada do Funchal, Vou, primeiro, orar na Se. Dou uma volta a cidade : —Que lindo tudo isto e ! . . . Para ver alguns amigos, Neste curto it'nerario, Entrei numa taberninha Da Rua do Seminario. E logo ali encontrei, Como nos tempos antigos, Alcm do dono da casa, Alguns rapazes amigos. Vieram umas cervejas, E depois umas bifanas. Ainda trouxe para bordo Um bom caoho de bananas. E mais V03 digo eu, ainda, Que nao gastei um real, Pois tudo correu por conta Dos amigos do Funchal.

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