Antes de apanhar a lancha Para me levar a bordo, Encontrei um outro amigo E desse eu mais me recordo. Muito encantado ficou. Quando me viu esse amigo, Com dois filhos pela mao, Que eu levava ali comigo. Conversamos um booado E, por fim. umas cestinhas Comprou ele, p'ra nos dar, De nesperas madurinhas. Como as lioras se passassem, Tive de me despedir. Embora com muita pena, Porque o barco ia partir. Adeus, Ilha da Madeira, Amigos, adeus, adeus ! Muito agradecido a todos, E fioai todos com Deus ! Feita a minha despedida, Segui na lancha, contente. Carregadi lho de nesperas E de bananas, o gente. Na lancha, mais passageiros Tambem com seu contrabando, E de gorro a madeirense Seguiam rindo e cantando. Quando subi para o barco Minha mulher, desejosa, Olhou logo para a fruta Com olhinhos de gulosa. Que alegria era a dos filhos, E da minha companheira ! Ainda hoje eles se lembram Das bananas da Madeira. Mal a gente entrou a bordo, Soa a hora da partida, Atirando eu a Madeira Um beijo de despedida. Larga o barco da Madeira, Toda agora iluminada; Ha temporal pela proa E muita gente assustada. Caem salpicos de chuva E o vento, que e de assobio, Faz ficar de prevenfao 0 pp-isoal do navio. Alguns pobres passageiros, Palidos e amedrontados, Fogem para OS camarotes Com carinha de enjoados. Senhoras, principalmente, De enjoadas, coitaditas, Ja nem pintavam OS labios, Nem se faziam bonitas. Era ve-las descoradas, De olhos tristes e chorosos, A deitarem pela boca Jactos brancos, mal cheirosos Alguinas viam-se aflitas Com OS seus bebes ao lado, Separadas dos esposos, Num porao mais afastado.
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