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Na grande «Sala de Fumo» Encontro-me eu nesta altura, Mesmo junto do bufete, Mas sem ter muita secura. Como acahei de jantar, Acho boa a ocasiao, Venha um ealice de « grogue» P' ra fazer a digestao. Agora venha mais outro Para ter inspiracao, Mas a musa nao quer nada Ja com este borrachao. Tambem nao me ralo mais, Nem dou cabo do bestunto; Mais um «grogue» p'ra sossega, Ponto final no assunto. EM LUANDA Deitei-me, era « meia noite": Bem cheirava a aguardente, Mas confesso, meus amigos, Que dormi perfeitamente. So quando me levantei, Estava um pouco tontinho, Mas um banho de chuveiro Pos-me logo afinadinho. Foi-se-me todo o incomodo, A preguigu e a lazeira, Mesmo apesar de ser hoje Dia dois, segunda-feira. Tomei o meu cafezinho, E depois, muito contente, Principiei a avistar Muita terra pela frente. E, as dez horas da manha, Chegamos nos a Luanda, Surpresa que nos deixou A todos de cara a banda ! Ninguem pensava chegar Assim tao breve. Porem, 0 vcnto foi favoravel E o « Mozambique» andou bem. Ao atracarmos ao cais, Era enorme a multidao; Rostos brancos e bonitos, Outros da cor do carvao. Estive, ao vir de Macau, Nesta Luanda tao linda; E se formosa era entao, Mais formosa e hoje ainda. 0 seu porto encantador Mostra agora um outro aspecto; Movimento, vida e luz, Tudo o que ha de mais completo, Vejo, olhando a minha volta, Lindos predios, fortalezas, Palacetes, largas ruas, E tantas outras belezas.

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