991006034349706306

Junto da margem, que linda, Esta korta, mais aquela ! E, pela baia fora, Alguns barquinhos a vela ! Para o criado dos quartos, Desagradavel surpresa Foi esta que lhe levou Toda a manha em limpeza. Alem, num mastro tambem, Muito linda, sem igual, Uma bandeira que diz: —Aqui vivo Portugal — A cara do desgrafado De aflita metia do, Ao entrar nos caina rotes Onde as damas iam so. Simbolo encantador Da minha amada. Naijao, Hasteado em terras patrias, Que eu levo no coraQao. Sim, porqre desde o Lobito, Como havia menos gente, Passaram p'ros camarotes As damas primeicamente. Vai o barco ja partir, Mas partir nao ha quem p03sa Sem olhar inda Mogamedes, Lusa joia, terra nossa. Tudo se per 'eu de vista E, agora, para afligir, Grandes salpicos de chuva Priucipiam a cair. Casados tambem tiveram Esta mesma sorte linda, So menos eu, que fiquei Melhor que todos ainda. Com miuha mulher e filhos, Sozinhos com muitas catnas, Ficamis muito a vontade No belo porao das damas. Escurece e, toda a noite, Agua do ceu nao faltou; Balanjava o "Mozambique" Como nunca balanfou. E sentia-me feliz, E bem feliz, na verdade, Por ja nao ir separado Da minha cara-metade. Noite bastante agitada, Principalmente p'ras damas, Que davam gritos e ais E enganavam-se nas camas. Logo que rompeu a aurora, Uma grande confuaao: Umas nas camas das outras, Outras a dormir no chao. Sem ter inveja daqueles Que iam nos seus camarotes, Via-me ali mais a larga Com OS filhos aos pinotes. So tinha que ter cautela, Para nao causar rasgoes Nos bonitos cortinados, Tao raros noutros poroes.

RkJQdWJsaXNoZXIy MTQ1NDU2Ng==