Cabo que, por sentinela, Tem ao longe o Adamastor, Que sepultou por vinganfa Seu nobre descobridor. Grande Bartolomeu Dias Que ali jaz sempre imortal; 0 proveito e dos ingleses, Mas quem brilha e Portugal. Aqui, como em toda a parte, Ha reliquias e memorias Da nossa prosperidade, Das nossas antigas glorias. "Capetown", bonito porto, Que, nestas longinquas plagas, fi beijado ternamente Pelas murmurosas vagas. Vagas, que assim murmurando Nos vao dizendo, talvez: —Aqui passou Portugal, Aqui ja foi portugues. Dou razao as pobres ondas, Mas nao as quero escutar Nos seus constantes queixumes, Que me fazem contristar. Portanto, sem mais dizer E sem mais acrescentar, Digo adeus a "Capetown", Porque o barco vai largar. Adeus "Capetown" tao linda, Cidade maravilhosa, Que e mesmo para dizer: Nao ha outra mais formosa. LARGADA DE "CAPETOWN" No dia nove, a noitinha, Sobre um denso nevoeiro, Assim deixamos ficar Este porto hospitaleiro. De cinco em cinco minutos, Apitando fortemente, Segue agora o "Mozambique" Navegando lentamente. Mas, a salda do porto, Parou na sua rotina, Para largar o piloto, Que abalou num "gasolina". E, depois, sem mais demoras, 0 barco partiu ligeiro, Mas tambem sempre apitando Por causa do nevoeiro.
RkJQdWJsaXNoZXIy MTQ1NDU2Ng==