r o r e m , COUIU a I i i t t i ui p a n i c Dos passageiros que vem, Ficam em Louren^o Marques Ja nao ganho mais vintem. Sim, porque eu ali, e c.laro, Ja nao OS posso engraxar, Nem mesmo talvez aqueles Que me hao-de acompanhar. Primeiro, porque ja sei Que o outro novo vapor, So leva tropa connosco Para Macau e Timor. E por ser ja muno tarue Tenho pressa em acabar, Porque vou por tudo em ordem P'ra amanha desembarcar. Nesta mesma ocasiao Chamou-me minha mulher, Portanto, ate amanha, Se Nosso Senhor quiser. Mas, como agora e de noite, Vai-se a pouca animajao; E tudo recolhe a cama, Que e a melhor solucao. E entao so tropa africana, Gente que nunca se engraxa; Nas suas botas grosseiras, 0 cuspo e a melhor graxa. E eu, fazendo a mesma coisa, Ca me vou tambem deitar, Ja que mais nada por hoje Tenho para vos contar. Depois, OS poucos civis Que comigo hao-de embarcar, Sao pobres repatriados Que nao tem nem p'ra fumar. Ate ver Lourenfo Marques, Que e mais daqui a tres dias; Ha de Deus dar-nos bom tempo P'ra nao termos arrelias. Por aqui ja podem ver Que nao tiro mais proventos; Posso agora descansar E gozar OS rendimentos. Que linda nos venha a aurora Para que todos risonhos, A salvem, ao regressar Do lindo pal's dos sonhos. Vou guardar bem guardadinha, Mas so p'ra recordafao, A minha caixa de graxa, Que foi o meu ganha-pao. Como sempre—Boa Noite, Porque Morfeu ja me chama A essas regioes quimericas, Que tem por transporte a cama.
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