991006034349706306

Vem comigo, meu leitor, Por favor te peco agora, Vamos ate ao mercado Que a gente nao se demora. Mas antes de la entrar, Veremos, primeiramente, 0 mercado ca por fora; Pequeno, mas excelente ! Dum lado tem pouca vista, Mas esta bem defendido Por um bom gradeamento Todo em ferro construido. Por contraste, a frontaria, Mais o seu alto portao, •Ja tem uma outra vista Que e digna de admiragao. Com acesso para a pra§a E a par com a frontaria, Talhos, lojas, um cafe E muita mercadoria.. Dentro, t-endas e bancadas, E, ao redor, a multidao Comprando e regateando, Numa grande confusao. E em cada tenda ou bancada, Um rosto de cada cor, Com um sorriso nos labios Seduzindo o comprador Uma preta, muito preta, Com o seu bebe as costas, Vende o seu peixe aos fregueses Ja limpo e cortado as postas. Uma linda mulatinha Mostra OS seus dentinhos brancos Por entre a verde hortali^a Espalhada pelos bancos. Um chines de olhos era bico, Com muita graja e mesura, Chama a aten£ao dos fregueses P'ra sua fruta madura. Mais ao lado, numa tenda Bem fornecida de tudo, Eis, alcm de requeimado, Um rosto feio e barbudo. Um gordo e velho indiano Da cor do seu pimentao, Sentado a mastigar betele E a cuspinhar para o chao. Da-lhe, tambem, muita graja, 0 seu barrete encarnado E a larga bata da cor Do seu caril afamado. Mas vamos mais adiante, Porque ainda ha mais que ver. Eis agora linda moura, Lindos panos a vender Tem ela, rendas e sedas, Gravatas, lengos aos molhos, Tudo a linda moura tem, Como ainda uns lindos olhos ! Uns negros olhos de fogo, Um sorriso encantador, E ao qual, bem raro se esquiva, 0 passante, ou comprador.

RkJQdWJsaXNoZXIy MTQ1NDU2Ng==