Se pudessem, mesmo all Tiravam crua vinganga, la o preto p'ra panela E acabava-se a matanga. Mas, enfim, como nao podem, Tem por seu fado a balanga, Por morte a faca do preto E por campa a nossa panga. Com pena nao quero ver Penas soltas pelo chao, Vou-me, portanto, com pena, Sempre de pena na mao, E sempre ao correr da pena, Em versos de pe quebrado, Vou mostrando ao meu leitor As belezas do mercado. Ca temos nos um negrito J& com muito tino e si so, Que nos vende "cana doce", Com o seu doce sorriso. Tambem uma mulatinha, Sentada ao portao da praga, Como a Rosa dos limoes, Vende limoes a quem passa. E, finalmente, aqui temos Toda a praga percorrida, Vamos, portanto, seguindo Por esta longa avenida. Desembocamos num largo : Logo ao centro um monumento, E, defronte, uma estagao Onde tudo e movimento. Estagao ca da cidade, Formoso e belo edificio, A embelezar este largo Com airoso frontespicio. Uma obra linda e bela, Muito vistosa por foia, E la por dentro inda mais, Como iremos ver agora. Na entrada um amplo atrio Com portas envidragadas, E a seguir bons pavimentos, Altas e lisas escadas. La dentro a sala de espera Guarnecida de molduras, E, de ricos azulejos Com desenhos e pinturas. Bilheteiras e balcoes E por fim, larga e comprida, A sua famosa gare Sempre muito concorrida. Comboios que vao e vem, Sempre com velocidade; Uma grande animagao Neste ponto da cidade. Como o cais fica pegado E uma festa, e uma alegria Ouvir barcos e comboios A apitarem noite e dia. E tendo o cais por saida Um portao junto a estagao, Ve-se o largo sempre cheio De carros e multidao.
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