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Vem hoje, vem amanha, Vem logo, mais a tardinha; E nesta esperanca va, 0 barco nunca mais vinha. Com tristeza e nostalgia. Bem dizia o povo inteiro: Que o barco so chegaria Num dia de nevoeiro. E foi o que aconteceu; Numa manha sem alvor. 0 barco la apareceu, Mas nao SP lhe via a cor. Teve o barco de ficar Para perto das "nove ilhas", E quem o foi visitar Andou tambem nove milhas. Isto de lanchas e "tanoar", Porque se algum fosse a nado, Nao teria mais pesar, Mas morreria afogado. E 0 que a gente, na verdade, Desejava nessa altura, Era matar a saudade, Ter um pouco de Ventura. A distancia era longa. E como longa que era, Havia aquela delonga Que arrelia e desespera. Portanto, ate em barquinhos, Muitos iam de Macau A bordo provar OS vinhos, 0 chourifo, 0 bacalliau. Devido a maldita guerra, Vinho e muita coisa boa, Desapareceu da terra Tao distante de Lisboa. Durante o triste flagelo, Alem so dos "vinhos chinas", Fubricadus a martelo, Comidas sem vitaminas. Arroz branco, ou mesmo ne/e, Era o pratinho do dia, E as vezes, na falta dele, Ate milho se comia. Portanto, que vos parece? Ao vir o "Colonial", Foi como se ele trouxesse Consigo o bom Portugal. E logo em tao boa altura, P' ra que pudesse este povo Festejar com mais Ventura 0 Natal e o Ano Novo. Sim, porque o "Colonial", Como certos estareis, Chegou ca pelo Natal Do ano "quarenta e seis". Ca por mim tao certo estou, Que ainda hoje me lembro Do dia em que ele chegou: A "vinte e dois de Dezembro". Agitado estava o mar; As lanchas eram chocalhos; P' ra o barco descarregar Foi o cabo dos trabalhos.

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