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SUBSIDIO CONCEDIDO Choveu ontem todo o dia; E hoje, dezasseis de Abril, Surge uma linda manha De encanto primaveril. Conforme nos prometeram, Toda a gente esta disposta Hoje a esperar do Palacio, Uma boa ou ma resposta. Resposta, que sempre veio, Ja muito pela tardinha, Para mais desanimar Quem tanta esperanga tinha. De la, pelo telefone, Assim nos disse um sujeito: —A respeito do pedido ! • • • Paciencia! Nada feito. —A Repartigao Civil, F que voces devem ir Expor aquilo que querem, Que mais ganham que ca vir. Um pouco desiludidos, Mas sem perder a esp'ranga, Fizemos o que nos disse, E, quem tem fe, sempre alcanga-" Logo no dia seguinte A sorte nos bafejou, Por nos termos dirigido Onde o homem mandou. Muito bem nos atendeu 0 bom do Administrador, Que ficou de ir falar Ao senhor Governador. E bem depressa soubemos, Radiantes de alegria, Que ti'nhamos um subsidio De "cinco escudos" por dia ! Nao criangas, so adultos, Mas a mim ja me cabia (Contando com a mulher) "Dez escudos" cada dia ! E ninguem achava pouco, Porque todos, com franqueza, Tinham, sem nada fazer, Ja dinheiro, cama e mesa. Nos homens, para cigarros, Elas, para OS alfinetes, Uma coisa para todos Poderem deitar foguetes. E como ja se passaram Dois dias, para alcangarmos Esta pequena fortuna, F tempo de a festejarmos. Festejarmos este dia Dezassete ja de Abril, Como gratos ao Governo E a Administragao Civil. Verdade e que a mafaroca Ainda esta para la, Mas basta-nos a palavra Que o resto bem certo esta. Todos vejo tao contentes Que eu, para me associar, Termino aqui, meu leitor, P'ra amanha recomegar.

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