Muita pena ainda sinto (E quem nao a sentira?) Desses garrafoes do "tinto" Que se partiram por la. Foi bem custosa a descarga ! Comes-e-bebes p'ra ca, Seguindo entao como carga Muitas malas para la. Os poroes bem atulhados De fardos, malas, caixotes; E nos tambem transportados Para OS nossos camarotes. Melhor e nada dizer Sobre esta nossa partida, Para OS nao entristpcer Com a minha despedida. Lagrimas sao tempestadeg E nos ja sabemos bem, "Que quem vai leva saudades, Quem fica saudades tern" So digo que, ao abalar, Com pena de muito amigo, Saudades deixei fiear, Saudades levei comigo. DE MACAU A PORTUGAL No dia "dez" de Janeiro, Assim, de ca abalei, Bem dando um romance inteiro 0 que mais vi e passei. 0 Doutor bem me fazia Dietas ca p'ra a barriga, Mas eu e que ja nao ia Naquela sua cantiga. Mas eu, para nao fazer Logo aqui duas historias, Uma guardo p'ra escrever No meu Livro de Memorias. A ferida bem purgava, Bem me fazia sofrer, Mas la deixar, nao deixava De comer e de beber. Apenas, e de passagem, Digo que o "Colonial" Levou meses de viagem A chegar a Portugal. Minha mulher nao bebia, Os meus filhos tambem nao, E era eu que me batia Com mais aquela porjao. E eu sempre de brafo ao peito, Sempre aos ais, sempre a gemer, So me achava satisfeito Sentado a mesa a comer. Andava sempre tocado, Sem nunca enjoar a bordo, No meu andar ja tombado De bombordo p'ra estibordo.
RkJQdWJsaXNoZXIy MTQ1NDU2Ng==