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UMA VISITA AO ROVUMA E ja hoje "dezassete", Tres dias que ja la vao Sem ter pegado eu na pena, Talvez por ser mandriao. Porem, dizendo a verdade, Embora mal encarado, E ele um barco seguro, Escolhido pelo Estado. Podia ao menos ter dito, Que nesta segunda-feira, 0 nosso barco, o "Rovuma", Ja tinha chegado a Beira. Nem outro ha tao melhor Para tao longas carreiras, De perigos e procelas E altas ondas traigoeiras. Mas como nada aqui disse, Sempre e bom dizer agora: Que o mesmo ja ca chegou, Nao ha de haver uma hora. Comodidades tem poucas; Preve-me o meu coragao, Um daqueles duros leitos Colocados num porao. Vem, meu querido leitor, Comigo ver o "Rovuma"; Um monstro todo de ferro Com pouca vista ou nenhuma. Tem alguns bons camarotes, Mas sao tantos OS que vao, Que nao chegam para todos, Nem mesmo a dormir no chao. Mas nao e para estranhar, Pois e um barco somente Destinado a percorrer Estes mares do Oriente. Enfim, sao coisas p'ra ver So quando a gente embarcar; E nao falemos mais nisto Que ha quem perca por falar. Sobre o seu conves de ferro, So barracas de madeira, Comparadas com aquelas Que a gente ve pela feira. Portanto, amigo leitor, Ja que vimos o "Rovuma", Voltemos para a pensao Sem dar mais conversa alguma. Calado, ganha-se mais; E, entao, para me calar, Leitor, ate amanha, Se a gente assim la chegar.

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