EU, A LUA E TODOS NOS Hoje, "dezoito de Maio", 0 rapaz ca continua, He olhar perdido no espago A fazer versos a lua. De dia nao houve tempo, Nem inspiragao, nem veia, Razao porque aqui me vejo A olhar p'ra lua cheia. E nem assim, meu leitor, Tenho engenho, estro e geito, Porque a lua ate se ri Deste poeta imperfeito. Sou, pois, um pobre metromano, Sem nenhumas aptidoes, E a verse jar so consigo Disformes composigoes. Mas tu, bondoso leitor, Como tens bom coragao, Vai-me lendo com agrado Que me das satistagao. So assim eu poderei Neste meu rimar tao mau, Escrever este di.irio Da "Minha Volta a Macau". Pondo ponto na palestra, Passo-te a narrar, portanto, As novidades do dia Que poucas sao, no entanto. Como tudo se prepara Para de novo embarcar, Va de aviar ca em terra 0 que nos falta no mar. Muita gente ja comprou: Linha, agulhas, alfinetes, Pincel, laminas de barba, Pasta, escova e sabonetes. E, por ser ca mais barato, Quem tinha ainda um tostdo, Mais comprou para levar, Muito agucar e sabao. Compras muitas, tambem fiz, E com OS meus todos juntos Tirei ainda o retrato E tratei doutros assuntos. E eis ja passado este dia Sem mais novidade alguma, So estes grandes preparos Para embarcar no "Rovuma". Nao se sabe, por enquanto, Qual o dia da abalada, So ha ordem para todos Se aprontarem e mais nada. Mas segundo o que se diz, Devemos partir, talvez, La p'ro dia "vinte e Quatro", "vinte e Cinco" deste mes. Pelo menos, o "Rovuma ', Dia, noite, a toda a hora, Esta sempre a meter carga Para nao haver demora. Pelo cais vai grande azafama, Tudo corre de empreitada, Trabalham altos guindastes, Rodam caminhoes na estrada.
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