991006034349706306

Para aliviar tal carga Vou-me deitar a dormir; Boas noites, meus leitores, Porque estou quase a cair. Bebi no bar, no "chines", De cervejas estou cheio, Portanto, amigos, por hoje, Ponto final no "paleio". SAUDOSAS DESPEDIDAS Vinte e quatro, mes de Maio, De manha, logo cedinho, Eis ja toda a gente a pe Num alegre borborinho. Vidro, que OS garotos meus, Racharam em certo dia, Mas que so hoje, exigiu-me Mais do que o vidro valia. Chega a hora da partida, Ha penas no coracao, Toda a gente se despede Do pessoal da pensao. E como o vidro estivesse Inda posto na janela, Rachado so numa esquina, Fui mais bondoso que ela. Criados e comensais Chegaram mesmo a chorar, Como a boa dona Sara, Proprietaria do bar. A dona da "Pensao d'Ouro", ( Corcao de ouro sem liga ), Partir nos viu, indif rente, Por nunca ser nossa amiga. Pois, embora me dissessem Para o acabar de quebrar, Coisa tal nao quis fazer E deixei-lho la ficar. Paguei eu uns " trinta escudos", 0 que me custou bastante, Mas haja saude e sorte, E vamos la sempre avante. Nessa hora da abalada, Ali a vi caladinha, Com um sorriso nos labios, Calma como uma rainha. Nao e por causa do vidro Que paguei sem ter remedio, Que parto menos alegre Como quem leva odio e tedio. Por minha parte, confesso, Que abalei sem pena dela, Porque me fez pagar caro 0 vidro duma janela. So levo dentro da alma Saudades, recordagoes, Desta tao formosa terra Onde ha belos coracoes.

RkJQdWJsaXNoZXIy MTQ1NDU2Ng==