Coragoes que eu cantaria Em lindos versos, a parte, Se as boas musas me dessem Mais saber, engenho e arteAssim, como nao mo dao, Sem que me zangue com elas, Vou dizendo o meu adeus Em quadras mesmo singelas. Adeus tambem " Pensao d'Ouro " Cozinheiros e criados, Pobres negros, para nos Sempre muito delicados. Adeus dona da pensao, Nunca pense, grande esperta, Que lhe levo odio ou rancor Por me ter levado a certa. Adeus, meus caros senhores Da Administragao Civil; Senhor Administrador; Gente bondosa e gentil. E, para serem completas Estas minhas despedidas, Adeus tambem lindo bar Com tantas boas bebidas. Adeus, o gente africana, Filhos da mesma Nagao; Adeus, meus belos amigos Conhecidos da pensao. Adeus lindas " laurentinas ", Brancas, pretas e mulatas, Chinas, moleques, monhes, Banianes e maratas. Adeus, o belas paisagens ! Encantos, terra saudosa ! Querida Lourengo Marques! Cidade maravilhosa ! Adeus, a tudo e a todos, Adeus, que me vou embora De automovel para o cais E dali, pelo mar fora. A BORDO DO ROVUMA Eis-me ja dentro do barco; Triste alojamento o meu! Escuro e sujo porao, Bem te adivinhava eu! Ainda bem que as mulheres Com as criangas, coitadas, Ficam num bom camarote, Mas tambem muito apertadas. E eu e OS outros aqui vamos Mais OS "cabos" num porao, Que serve de dormitorio E sala de refeicao. Por baixo deste porao Ha ainda um outro mais fundo, No qual habita a catinga, Cheiro hornvel, nauseabundo.
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