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Mas que fazer, meus amigos ? Temos que nos conformar, Visto o barco ir arvorado Em transporte militar. E isto mesmo e o que nos diz Quem junto a nos aqui esta; 0 bom do senhor Eusebio, Que muitos conselhos da. Diz-nos que rixas nao haja, Nao dizer, nao conspirar, Respeitar todas as ordens Que manda a lei militar. Ordens que num barco destes Sao p'ra toda a gente inteira, Por levar seu respectivo Comandante de Bandeira. Debaixo do seu comando Nao ha este, nem aquele, Civis, tropa, toda a gente, otedecem so a ele. E todo aquele que for Mau, rebelde ou brigao, Logo ali e posto a ferros La no fundo dum porao. Dadas estas instrucoes Que Ihe foram transmitidas, 0 bom do senhor Eusebio Fez as suas despedidas. E nos muito comovidos E a chorar de gratidao, Logo ali todos lhe demos Um grande aperto de mao. Depois deste adeus a bordo, La do cais por despedida Ainda nos acenou E seguiu a sua vida. Todos nos ficamos t.ristes E com pena bem sentida, Pois quem e bom sempre deixa Saudades, a despedida. Comega a tropa a embarcar E o barco, por fim, ja pronto, Deu seu sin^l de partida As " quinze horas' em ponto. Para animar OS soldados, Duas bandas musicais Tocam marchas muito alegres, Mesmo a beirinha do cais. Em sentido no conves, Ante o Hino Nacional; Sempre fortes e valentes, Soldados de Portugal. Embora levem saudades, 0 bom soldado africano Parte alegre e sori'idente, E mostra-se sempre ufano. Enquanto o barco se afasta, Era vez de choros, ha cantos, Porque em coro todos cantam, Os soldados que sao tantos. Ja do cais muito distante, Quando a vista nada alcanga, Ha sempre como saudade 0 sorriso duma esp'ranga.

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