Nunca o soldado africano Deve perder a alegria, Para que nunca o domine 0 mal seu da nostalgia. Para que sempre se chame Bom soldado portugues, Avante e sempre a cantar Com orgullio e altivez. Cantai, cantai bons soldados ! Continuai a cantar, Que o barco ca vai seguindo, Sulcando as aguas do mar. Que nos guie Nossa Senhora, E que Deus nos de coragem, Para podermos veneer Esta tao longa viagem. Primeiro iremos a Beira, 0 que e muito animador; Was, depois, so luar e ceu Ate chegar a Timor. Ja nao se ve nada ao longe, Apenas so ceu e mar, E neste instante a sineta Chama-nos para almogar. Sao " tres e meia " da tarde; Tamanha e a nossa fraqueza, Que inda o " sino" nao parou E ja todos 'stao a mesa. Tambem p'lo primeiro dia, 0 almogo nao foi mau; Alem duma boa sopa, Batatas com bacalhau. Bom vinho tambem a farta, Que e tudo o que a gente quer, Bebi bem, sem precisar Do quinhao la da mulher. E mesmo que precisasse, Nao me valia de nada, Visto ela estar com as outras Longe de mim separada. Como leva quatro filhos Junto a ela na "pr imei ra", So o muu filho mais velho Come e dorme a minha beira. Na " primeira" sempre tem Melhor mesa e melhor ninho, Enquanto aqui onde vamos E pior, mas ha mais vinho. Sao copos a lavrador, Onde quase um litro cabe; E o filho como nao bebe, Bebo eu que bem me sabe. Acabado o bom almoco, Mais OS meus passei o dia Sentado no tombadilho, Em alegre companhia. Veio a hora do jantar, Mais bebi do que comi, Pois tendo almogado tarde Sem apetite me vi. Era 0 jantar, came assada, Prato tambem nada mau, Mas, de farto que inda estava, Arrotava a bacalhau.
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