Peixe, so do frigorifico, Como a came que, igualmente, Parece uma sola dura, Bem custosa a todo o dente. Jogam-se apenas as " cartas ", Mais as "damas" quando calha, E outros jogos de improviso Como o "burro" e o da "malha". Boa, somente a sopinha, Mais a pinguinha de vinbo, 0 que nos vai dar coragem P'ra aguentar o caminho. Nesta mesma ocasiao, "Burro" e "malha", estao jogando Alguns cabos e soldados, E outros perto, apreciando. Um mSs e tal de viagem, Parece coisa de nada, Mas e sempre um mes e tal Ao cimo de agua salgada. Junto a proa, reunidos, Muitos passam seu tempinho, A contarem anedotas E a cantarem o fadinho. So daqui ate Timor Sao vinte dias de mar, Vinte dias de viagem Sem ver terra, sempre a andar. Ja bem distantes da Beira, Navegando em calmo mar, Ja so se ve agua e ceu E um lindo sol a brilhar. E logo por triste sorte Nao ha no nosso " Rovuma", Para se passar o tempo, Distrafao de especie alguma. E agora, ao cair da noite, Vao surgindo alem estrelas, E a morna luz do luar Que as aguas torna mais belas! E conforme a noite aumenta Vao-se as vozes e OS rumores, E eu tambem ja para a cama: —Boas-noites, meus leitores. NOSTALGIA DO MAR ALTO E SAUDADES DE MACAU Vamos em onze de Junho, E com razao certamente, Que salto extroardinario Porque indo aqui " chateado "1 Dei, sem sequer uma letra Nada tendo que dizer, Escrever no meu diario. Vale mais estar calado.
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