Nunca tive assim viagem Tao aborrecida e mnrta; A comida e sempre a mesma, Sem passar da " cepa-torta ". Portiinto, quando adoece Qnnlqiier um de nos aqui, E depressa socorrido Como inda ha pouco bem vi. E mais cresce este meu tedio, Por ver um tempo chaindo; Muita chuva, ventos fortes, E o mar sempre encapelado. I)eu-se o caso que OS meus filhos, Por motivo de saiide, Fossem tambem socorridos Com toda a solicitude. Ventos, que sendo contrarios, Vao apenas dando aso A que o nosso barco tenha Algumas milhas de atrazo. Um com febre, outro enjoado, Outro por sentir cansago, E um outro porque a brincar Caiu e torceu um brago. Todas estas coisas juntas, Nao so magam como ainda Tornam a viagem pessima, Triste, demorada e infinda. Bem depressa se curaram, Gragas ao zelo e cuidados Do doutor e enfermeiros, P'ra com todos delicados. Mesmo ate alguns indigenas, Dominados como vao Pelo mal da nostalgia, Caem prostrados no chao. E o dia ca vai correndo Sem mais novidade alguma, So vendo as aguas do mar Que batem contra o ' Rovuma". Alguns deles mais enfermos, Bem lamentam sua sorte, Sobretudo havendo um Que de perto viu a morte. Apenas ontem a tarde Sentimos nos, afinal, Grande alegria ao passar Rentes a Ilha Natal. Mas gragas ao aeu bom medico, Que o tratou com tal ternura, Esta livre de perigo Ja bem fino nesta altura. Tantos dias sem ver terra Sempre alegrou algum tanto, Ver a gente aquela ilha Sobre 0 mar, cheia de encanto. 0 medico e capitao, Os enfermeiros, sargentos, E a bordo muito nos vale Haver bons medicamentos. E desde entao, ja eu vejo Nalguns, mais contentamento, 0 que a mim me vai oausando Menos aborrecimento. — 9fi —
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