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ANUARIO DE MACAU 15 Chien Lung, em 1793, e Amherst, em 1816, demoraram-se na espacosa residencia da Companhia das Indias Orientals, em Macau, tal como os seus sucessores de Pequim se mantem em Hongkong. Cidade catolica, ofereceu generosa hospitalidade a Robert Morrison, um dos primeiros missionarios protestantes, que aprendeu o chines em Macau e ali veio a morrer. Chinnery, o artista que trocou a mulher aborrecida, na Inglaterra (e que se tivesse ido para Cantao ali a voltaria a encontrar) viveu ali e deixou um encantador catalogo de esteiras do sul da China e relatos dos primeiros tempos dos contactos comerciais entre a China e os europeus. Para o visitante vindo de Hongkong, o encanto de Macau reside, principalmente, na sua forte atmosfera mediterranica. Percorrendo as ruas apertadas, com casas pintadas de verde-escuro, cor de limo e amarelo, espera-se, a cada momento, desembocar numa praca mediterranica, onde havera grupos a beber aperitivos, sentados a mesa sob as arvores e um automovel com placa de qualquer ponto da Europa ali perto. E, no entanto, nao resta muito da antiga arquitectura. A cidade e dominada pela fachada barroca da igreja de S. Paulo (1667), ou o que dela deixou o desastroso incendio ocorrido pouco depois da sua construcao. Poucofe indicios se encontram dos seculos xvn e XVIII. No centro da cidade, onde as sobrias edificacoes comerciais quebraram o enovelado dificil das ruas do porto, levanta-se o Leal Senado, edificio municipal do principio do seculo XVIII que substituiu o primitivo, edificado em 1583, quando o Leal Senado estabeleceu a sua propria autonomia orgulhosa. Lapidas do primeiro edificio foram conservadas e expostas, uma das

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