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Transcrição em Português 197 Decreto Com todo o respeito oferecemos este memorial a Vossa Majestade pelo negócio que se nos tem encomendado de saber a vontade de Vossa Majestade sobre mandar o mandarim de palácio Champau chu, que vá receber ao embaixador de Portugal, e o traga à presença de Vossa Majestade. Foi Vossa Majestade servido mandar, que o Champau chu com o europeu Cham Ngam tó fossem com pressa a recebê-lo, ordenando, que assim se executasse diligentemente. Consta-nos que o reino de Portugal nunca cumprimentou, nem deu os parabéns ao Imperador da China; agora o Rei de Portugal movido do prudente governo de Vossa Majestade de propósito mandou o seu embaixador em modo muito diferente dos outros embaixadores, que ordináriamente vêm cumprimentar a Vossa Majestade. Nós súbditos conformando-nos com a real vontade de Vossa Majestade de que sejam benevolamente tratados os homens de longe, mandamos que o vice-rei Çum tó [總督] e mais mandarins das terras por onde passar o embaixador Mé té Ló [麥德樂] lhe dêm todo o necessário com abundância, e de mais o tratem com toda a honra, conforme o que diz Cham Ngam tó [張安多] despachando o Rei de Portugal o seu embaixador Mé té Ló para dar os parabéns a Vossa Majestade, e perguntar-lhe pela saúde, lhe entregou para este fim um presente que vem recolhido em 30 caixões; a comitiva do embaixador consta de 60 homens, o fato dele e da comitiva carregaram 80 camelos; se vier pelo caminho de terra, serão necessários muitos cavalos, e se não escusarão grandes moléstias. Portanto pedimos que Vossa Majestade ordene que seja o embaixador com a sua comitiva conduzido pelo caminho de água. No ano 8.o de Kam Ky mandou um reino da Europa (era Portugal) o seu embaixador, avisando-se disto ao Imperador, ordenou, que o embaixador, o secretário e 22 homens mais de comitiva viessem à Corte, e os mais que deixasse mandou que os mandarins dessem todo o sustento necessário, e com todo o cuidado os guardassem. Na presente ocasião o Rei de Portugal pela estimação que faz de Vossa Majestade, pela benevolência com que trata os homens de longe, e pelo seu prudente governo, manda o seu embaixador dar os parabéns a Vossa Majestade, e perguntar-lhe pela saúde, e por este título não é comparável este embaixador com os mais, que da Europa têm vindo; se ele quizer trazer consigo toda a gente da sua comitiva, ordene Vossa Majestade que toda traga, e se deixar alguma em Cantão, ordene aos mandarins da terra lhe dêem casas, e sustento com abundância. Mande também, que Champau chu, e Cham Ngam tó partam aos 16 desta lua a receber o embaixador, e que o conduzam pelo caminho de água. Isto representamos a Vossa Majestade e esperamos o seu Real Decreto. Faça-se como está deliberado. Em execução do mesmo Decreto taxaram os mesmos condutores, o que todos os mandarins das vilas e cidades haviam oferecer para o sustento do embaixador e comitiva, e

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