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Fontes Históricas Sobre Macau no Arquivo Histórico de Goa. Séculos XVI a XIX 11 Prólogo Um projecto inacabado A criação do Departamento de Estudos Portugueses na Faculdade de Letras da Universidade de Macau (outrora Universidade da Ásia Oriental), no final dos anos 80, levou a um incremento do estudo da língua portuguesa nesta Universidade, traduzido em grande aumento de turmas desta disciplina. Além disso, no âmbito do mesmo departamento, seria criado o Centro de Estudos Luso Asiáticos e lançado o mestrado do mesmo nome, nas variantes de História e de Literatura. Algumas realizações tiveram então lugar e, entre elas, o lançamento de um projecto para a elaboração de uma nova História de Macau. É que as existentes mostravam-se já envelhecidas, muita e importante biobibliografia havia sido publicada e a abundância de fontes inéditas era enorme. Por outro lado, havia que elaborar essa história com novas metodologias e sob uma perspectiva de história local, embora inserida no contexto asiático e nos dois países que lhe moldaram a sociedade: a China e Portugal. Elaborado o plano e aprovado pela Fundação Macau (que então tutelava a Universidade), seria constituída a equipa de investigação, que de imediato se lançou na sua execução com os recursos então postos à sua disposição 1 . A iniciativa recolheria um apoio de princípio da Fundação Oriente e do próprio Governo de Macau. 2 Uma missão teria lugar em finais de 1990, com uma deslocação a Goa para recolher a documentação existente no Historical Archives of Goa, em Pangim, sobretudo a existente no núcleo de Macau , com muitas dezenas de códices e a que se encontra espalhada pelo enorme acervo dos Livros de Monções . Da investigação então realizada resultariam centenas de fichas cronológicas com o resumo dos documentos (ficha-mãe) e muitos deles seriam totalmente microfilmados, vindo a preencher algumas bobines de imagens. Contingências políticas e outras, não permitiram que o projecto tivesse continuidade em Macau. Retomado nominalmente pela Fundação Oriente em 1991, o projecto de História de Macau evoluiria para uma História dos Portugueses no Extremo Oriente, 1 Constituíram essa equipa: Jorge Flores, Jorge dos Santos Aves, Maria de Jesus dos Mártires Lopes, Victor Rodrigues e nós próprios que a coordenávamos. 2 Apraz-nos recordar com saudade o entusiasmo que o Embaixador Dr. João de Deus Ramos então membro do Governo de Macau acolheria a iniciativa. A nossa homenagem ao seu labor, não só como diplomata ilustre e determinante nas negociações com a China, mas também como insigne sinólogo.

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